sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Mesmo diante de vários indícios de fraudes, vereadores impedem a abertura de CEI


O vereador Eduardo de Oliveira (Edu – PSDB) realizou, na sessão desta quinta-feira (21), a 3.ª tentativa de aprovar a abertura de uma Comissão Especial de Investigação (CEI) para analisar o contrato da Prefeitura de Paranaguá com a SP Alimentação, empresa responsável pelo fornecimento de merenda escolar ao Município. A solicitação rejeitada pela maioria dos vereadores fundamenta-se em uma série de denuncias envolvendo a empresa em todo o Brasil, que inclusive levaram o proprietário da mesma, Eloízo Gomes Afonso Durães, a cadeia, justamente por ser responsabilizado pelo desvio de R$ 280 milhões destinados ao lanche escolar em 35 cidades do Brasil. O requerimento apresentado por Edu, contou com a conivência apenas dos vereadores Nagel, Rafinha e Marquinhos Roque.
De acordo com reportagem do jornal O Estadão, de São Paulo, o Ministério Público deste Estado, cita o caso da SP Alimentação como a “Rota da Propina”, citando no processo 14 cidades do interior paulista e cidades de outros cinco Estados brasileiros, nomeando, inclusive, a cidade de Paranaguá. O jornal Gazeta do Povo cita o caso do empresário, Eloízo Gomes Afonso Durães, em que o mesmo teve sua prisão decretada também por causa de um suposto pagamento de R$ 175 mil a dois vereadores de Limeira (SP).
As inúmeras denuncias envolvendo a SP Alimentação em todo o Brasil, aliados aos indícios de que os mesmos problemas podem estar ocorrendo em Paranaguá, não foram suficientes para sensibilizar a maioria dos representantes públicos. O fato frustrou aqueles que queriam apenas a investigação dos fatos. “Os indícios são evidentes. A necessidade de uma investigação está às claras, mas lamentavelmente, mais uma vez, a maioria dos vereadores vetou as investigações. Impediram que pudéssemos analisar o que está sendo feito com o dinheiro do povo. Infelizmente, mais uma vez, fomos impedidos de exercermos um dos nossos principais deveres que é o de fiscalizarmos as ações do executivo”, desabafou Edu, lembrando que o objetivo nunca foi sentenciar a empresa ou a prefeitura, mas investigar e proteger a população parnanguara. “Queremos investigar e para isso precisamos de documentos e de informações que só podem ser fornecidas à Câmara, caso a CEI seja aprovada. Se conseguíssemos isso analisaríamos toda a situação e caso a empresa fosse inocente tornaríamos isso público com o maior prazer, porém, eles estão nos tirando esse direito”, lamentou o representante público.
Os vereadores que foram favoráveis a aprovação da CEI lamentaram a postura de seus colegas de trabalho. “Parece que estão esperando que nossa cidade seja exposta, mais uma vez, de forma negativa nos telejornais a nível nacional. È uma situação inadmissível, os indícios são evidentes e estão estampados nos veículos de comunicação de todo o Brasil, mas, em Paranaguá seis vereadores estão blindando está empresa e a prefeitura de Paranaguá, que é responsável por este contrato”, salientou o vereador Edu.
As outras duas tentativas de abertura de uma CEI em relação às denuncias envolvendo a SP Alimentação foram requeridas pelos vereadores Rafinha e Marquinhos Roque, respectivamente.

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